quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Questão de concurso da Fundação Carlos Chagas (2005)

"13. A concordância está feita de acordo com a norma padrão na frase:

(A) São bem-vindas as ações coletivas concretas no sentido de melhorar a produtividade − sem esquecer a qualidade − de todos os setores que compõem o agronegócio.

(B) O acesso da população aos alimentos e à água em boas condições de consumo são fundamentais para a vida humana na Terra.

(C) Reflete-se, nos resultados econômicos do agronegócio brasileiro, os investimentos em tecnologia de ponta e na educação do trabalhador.

(D) Diversas barreiras econômicas, criadas por outros países, pode ser um prejuízo ao desenvolvimento de um mercado externo equilibrado.

(E) O conjunto de fatores desfavoráveis a que está exposto vários setores do agronegócio tem causas tanto internas quanto externas."

Comentário

A resposta correta é a letra (A). Na letra (B), o núcleo do sujeito é "acesso", logo, o verbo deveria ter ficado no singular: é fundamental. Na letra (C), o núcleo do sujeito é "investimentos", portanto, o verbo também teria de ficar no plural: Refletem-se. Na letra (C), o sujeito é "diversas barreiras econômicas", no plural, logo, o verbo também teria de ir ao plural: podem ser. Por fim, na letra (E), o termo "vários setores do agronegócio" é o sujeito da oração "[...] a que está exposto [...]". Ora, se o sujeito está no plural, o verbo tem de concordar com ele: a que estão expostos.

Em resumo, em questões que envolvam o assunto concordância verbal, temos de identificar qual o sujeito da frase. Se o sujeito estiver no singular, o verbo ficará no singular. Se o sujeito estiver no plural, ou for um sujeito composto - constituído de mais de um núcleo - o verbo ficará no plural.


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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Qual a diferença de sentido entre "de encontro a" e "ao encontro de"?

De encontro a significa ‘no sentido oposto a, em contradição com, contra’; já ao encontro de tem o sentido de ‘em busca de, em favor de, na direção de’. A primeira implica um sentido negativo; a segunda, positivo. Exemplos:
a) A candidatura de Serra vai de encontro à [ = contra] minha ideologia política.
b) A candidatura de Dilma vai ao encontro da [ = a favor de] minha ideologia política.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

É meio-dia e meio ou meia?

No português formal, a construção adequada é meio-dia e meia, pois esta última palavra concorda em gênero e número com "hora", que fica subentendida: meio-dia e meia [hora].

Aproveitando o assunto, é importante que o leitor saiba que horas, minutos e segundos, quando abreviados em português, não recebem S de plural nem ponto de abreviatura. Portanto, escreva - são 10h 20min 10s. Este último ponto, obviamente, é o ponto-final da frase. 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

Questão da FUMARC/2000

A questão abaixo trata do emprego de formas de tratamento usadas na correspondência oficial. Em seguida, farei meu comentário.
 
QUESTÃO 14

Tendo em conta a adequação das formas de tratamento ao destinatário, na correspondência oficial, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Para delegados de polícia: V. Sa.
b) Para juízes e desembargadores: V. MM.
c) Para deputados e prefeitos: Vossa Excelência
d) Para o Presidente da República: Vossa Excelência".

A opção incorreta é a letra "b", pois a forma de tratamento adequada a juízes e desembargadores é Vossa Excelência, cuja abreviatura é V. Exª. 





terça-feira, 29 de junho de 2010

Questão de concurso elaborada pela Fundação Carlos Chagas/2005

Queridos leitores:

Meu sobrinho, Ronald, a quem agradeço a ideia, me sugeriu que começasse a postar neste blogue questões de concurso.

Aceitei a sugestão, e vai abaixo a primeira questão com meus comentários. Peço a vocês que me enviem questões também. Assim, poderemos ajudar muita gente que se prepara para a árdua - mas instigante - trajetória dos concursos públicos. 

Questão

"[...] entre os vários fatores que ameaçam o desempenho do setor em 2005 [...]." (início do 2º parágrafo)

O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase:

(A) ... as perspectivas de curto prazo tornaram-se sombrias...
(B) ... que estavam em níveis muito baixos...
(C) ... que atuam no mercado externo.
(D) ... que anulam a competitividade alcançada nos últimos anos...
(E) ... os custos no Brasil são cerca de três vezes maiores...

Comentários
 
A resposta correta é a letra "D". Por quê? Porque o verbo destacado "ameaçam" é transitivo direto, ou seja, verbo que exige um complemento sem introdução de preposição obrigatória. Nome desse complemento? Objeto direto.
 
Somente na letra "D" aparece um verbo transitivo direto: anulam, motivo pelo qual essa é a correta.
 
Portanto, trata-se de uma questão que exigiu do candidato o conhecimento da matéria regência verbal, a qual invariavelmente é cobrada nos concursos.
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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Qual a diferença entre onde, aonde e donde?

Quando o verbo ou nome exigirem a preposição em, use onde. Exemplo: Quem está, está em algum lugar. Portanto, onde você está? Quem mora, mora em algum lugar. Onde você mora? Quem entra, entra em algum lugar. Onde você entrou?

Já aonde deve ser usado com verbos ou nomes que pedem a preposição a: Quem chega, chega a algum lugar. Aonde vocês chegaram? Quem vai, vai a algum lugar. Aonde vocês vão? Minha ida a Belém foi rápida. Ida aonde?

Empregue donde ou de onde nos casos em que o verbo ou nome exigirem a preposição de: Quem vem, vem de algum lugar. Donde [ou de onde] você vem? Quem provém, provém de algum lugar. Você provém donde (ou de onde)?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O emprego dos porquês

Uma das dúvidas mais frequentes de ortografia é quanto ao uso dos porquês. Eis os casos mais comuns.

(i) PORQUE (junto e sem acento): quando equivale a pois, porquanto, uma vez que. Ex.: Já tirei meu título de eleitor, porque [= pois] as eleições estão chegando.

(ii) PORQUÊ (junto e com acento): quando for precedido de palavras como o, os, um, ou quando sinônimo de causa, razão, motivo. Ex.: Para avaliar melhor um candidato a cargo público, é prudente investigarmos os porquês [os motivos] de sua candidatura.

(iii) POR QUE (separado e sem acento): é usado nas perguntas diretas, nas quais se emprega o ponto de interrogação, ou indiretas (exemplos seguintes a e b), nas quais se emprega o ponto-final, e quando pudermos substituí-lo por pelo qual, pelos quais, pela qual e variações (exemplo c).

a. Por que geralmente chove quando não saímos de guarda-chuva e não chove quando saímos com ele? [Pergunta direta].

b. Diga-me por que o salário mínimo no Brasil é tão baixo. [Pergunta indireta].

c. Esta é a razão por que [= pela qual] não voto em branco: com tantos candidatos, há sempre um trigo no joio.

(iv) POR QUÊ (separado e com acento): emprega-se também nas perguntas diretas ou indiretas e sempre que vier imediatamente seguido de ponto de interrogação (na interrogação direta), ou de ponto-final (na interrogação indireta). Ex.:

a. Você não gostou do filme. Por quê?

b. Você não gostou do filme. Diga-me por quê.

Observação final: na interrogação direta, a primeira palavra da frase é um pronome ou advérbio interrogativo; na indireta, a palavra interrogativa não aparece no início da frase. 

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A princípio ou em princípio?

Essas expressões têm sentidos distintos: a princípio significa no começo, inicialmente; em princípio é igual a teoricamente, em tese, de um modo geral, em termos. Ex.:

(i) A princípio (= no começo), aprender a dirigir é custoso, mas com a prática tudo se torna mais fácil.

(ii) Em princípio (= em teoria), todos são iguais perante a lei, mas no dia a dia, pelo menos no Brasil, isso ainda é uma utopia.


domingo, 18 de abril de 2010

Viemos comunicar-lhe ou Vimos comunicar-lhe?

Na norma-padrão, viemos indica ação passada; vimos, ação presente. Ex.: Ontem viemos aqui para felicitar o tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o Guga, mas não o encontramos; por isso vimos hoje novamente.

Por isso, na tradicional introdução de ofícios, cartas comerciais, e-mails corporativos, enfim, em situação formal de comunicação, empregue: Vimos comunicar-lhe que...

Nesse caso, a bem da verdade, pode-se até dispensar o uso de vimos e iniciar-se a carta ou ofício de forma direta, como recomenda a comunicação moderna: Comunicamos-lhe... Informamos-lhes...

Uma última observação: evite, nesses textos, o emprego da expressão por meio desta ou por meio deste. Ora, toda comunicação é feita por meio de algo, seja este papel, telefone, etc. Trata-se, pois, de expressão óbvia e, consequentemente, desnecessária.



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Este, esse, aquele e variações: quando empregá-los?


Usamos esses pronomes em três situações principais: para situar as pessoas ou objetos no espaço, no tempo ou no discurso.

No espaço: em referência ao que está perto da pessoa que fala (eu/nós). Ex.:

(i) Este jornal que tenho nas mãos é o Jornal do Brasil.
(ii) Esta camisa que estou vestindo foi presente da atriz Cláudia Raia.
(iii) Isto que comprei foi pago à vista.

Em referência ao lugar onde o falante (eu/nós) está ou àquilo que o abrange fisicamente. Ex.:

(i) Este apartamento onde moro fica em Belo Horizonte.
(ii) Depois de mais um massacre de trabalhadores sem-terra, só posso dizer como o cantor Renato Russo: “Que país é este?”.

Esse, essa, isso serão empregados em referência ao que está perto da pessoa com quem se fala (tu/você/vós/vocês). Ex.:

(i) Essa camisa que você vestiu é do Atlético Mineiro?
(ii) Essa cidade onde você mora, leitor, fica a quantos quilômetros de Belo Horizonte?

Ainda para apontar as pessoas ou objetos no espaço, temos o pronome aquele, empregado em referência ao que está longe da primeira pessoa (eu/nós) e da segunda (tu/você/vós/vocês), mas perto da terceira (ele/ela/eles/elas). Imagine uma situação em que eu (1ª. pessoa) e você (2ª. pessoa) estamos conversando sobre uma terceira (ele), o cronista Luís Fernando Veríssimo. De repente ele passa perto de nós, e eu me dirijo a você:
- Olhe, aquele ali é o Veríssimo, autor de O analista de Bagé.

Em referência ao tempo, este, esta, isto indicam o tempo presente; esse, essa, isso, passado próximo; e aquele, aquela, aquilo, passado distante. Ex.:

(i) Nesta semana vou ao cinema.
(ii) Nessa semana que passou, não assisti a nenhum filme.
(iii) Naquela semana do feriado, fomos ao cinema em quase todos os dias.

Finalmente, no discurso, usaremos os pronomes este, esta, isto para nos referirmos ao que vai ser citado à frente no texto; esse, essa, isso, ao que já foi mencionado antes; e aquele, aquela, aquilo, para uma situação em que nos referimos a dois seres ou objetos, para o primeiro dos quais – o mais distante – empregaremos aquele; para o segundo, este. Ex.:


(i) Este é um dos pensamentos mais belos de Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 39).
(ii) Esse pensamento, se fosse seguido na prática, talvez ajudasse a diminuir a fome, a miséria e as desigualdades socioeconômicas, presentes no nosso mundo dito civilizado.
(iii) No Natal, comprei dois livros de Erich Fromm: O medo da liberdade e A arte de amar. Este dei de presente à minha namorada; aquele, ao meu amigo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Onde encontrar meu livro?

Muitos me perguntam onde pondem adquirir meu livro Tira-dúvidas de português: com informações sobre a nova ortografia.
Eis os nomes das Livrarias, com endereço, telefone e e-mail:

  1. Entre Amigos Livraria, Rua Guajajaras, 1.596, Loja 107, Barro Preto, Belo Horizonte/MG, CEP 30180-101. Tel.: (31) 3295-0176/3082-9451; e-mail: entre.amigos@terra.com.br;

  2. Livraria do Psicólogo e do Educador, Av. do Contorno, 1.390, Bairro Floresta, Belo Horizonte/MG. Tel.: (31) 3303-1000; site: http://www.livrariadopsicologo.com.br/.
Boa leitura a todos!

sexta-feira, 19 de março de 2010

A nova ortografia do português


A partir de primeiro de janeiro de 2009, entrou em vigor, no Brasil, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, regulamentado pelo Decreto nº 6.586/2008, em 29 de setembro de 2008, assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As mudanças, em que pese à gritaria de linguistas, escritores, etc., são um cisco, atingindo cerca de 0,5% do vocabulário do português do Brasil e 1,6% do português de Portugal. A seguir, explicaremos as principais alterações no português brasileiro.

Alterações gerais

1. O alfabeto passa a ter 26 letras, com a inclusão das letras k (cá), w (dáblio) e y (ípsilon).
2. Não se acentuam os ditongos tônicos abertos -eu-, -ei- e -oi- de palavras paroxítonas, exceto quando para estas houver uma regra específica de acentuação. Ex.: alcateia, apoio (do verbo apoiar), assembleia, Coreia, ideia, heroico, jiboia, paranoica – todas sem acento. Exceção: destróier, gêiser (fonte termal de origem vulcânica), etc. A exceção se justifica em razão da regra específica de acentuação das paroxítonas, segundo a qual toda paroxítona terminada em –r é acentuada.
3. Não são assinaladas com acento gráfico as formas verbais creem, deem, leem, veem e seus derivados, como descreem, releem, anteveem.
4. Não é assinalado com acento gráfico o penúltimo o do hiato -oo(s): voos, enjoos. Exceção: herôon (espécie de santuário), paroxítona terminada em –n.
5. O acento diferencial só se mantém em dois casos: pôde (passado) ≠ pode (presente); pôr (verbo) ≠ por (preposição).
6. É facultativo o acento em fôrma (subst.) ≠ forma (subst./verbo).
7. Não são assinaladas com acento gráfico as paroxítonas cujas vogais tônicas -i- e -u- são precedidas de ditongo: baiuca (casa pequena e pobre), bocaiuva (árvore), feiura.
8. Não se assinala com acento agudo o -u- tônico de formas rizotônicas de arguir e redarguir (= responder argumentando). Forma rizotônica é aquela cuja sílaba mais forte encontra-se no radical. Ex.: Os professores arguem os alunos. Caiu o acento, nesse caso, pois a sílaba mais forte de arguem é -gu-, a qual faz parte do radical (argu-) do verbo arguir.
9. O trema é eliminado das palavras portuguesas ou aportuguesadas: aguentar, cinquenta, frequente, linguiça, Linguística, sequencia, sequestro, tranquilo. Ele só será usado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros com trema: hübneriano, de Hübner; mülleriano, de Müller.

Emprego do hífen

1. São escritas aglutinadamente palavras em que o falante contemporâneo perdeu a noção de composição: girassol, mandachuva, madressilva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo. Esta, a meu ver, foi a regra mais mal elaborada do Acordo. Pergunto ao leitor: se apenas no Brasil temos cerca de 186 milhões de falantes, como iremos aferir se cada um desses perdeu ou não “a noção de composição” de certas palavras?
2 Emprega-se o hífen nos topônimos (nome próprio de lugar): 1) iniciados por grã e grão: Grã-Bretanha, Grão-Pará; 2) iniciados por verbo: Abre-Campo, Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; 3) cujos elementos estejam ligados por artigo: Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios.
3. Em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, erva-doce; andorinha-do-mar, bem-te-vi, formiga-branca.
4. Para ligar encadeamentos vocabulares: ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto.
5. Prefixos ante-, anti-, circum-, contra-. Usa-se o hífen se o 2º elemento tiver palavra iniciada por H: ante-histórico, anti-higiênico, circum-hospitalar, contra-haste.
6. Com os prefixos aero-, agro- (= terra), albi-, alfa, ante-, anti-, ântero-, arqui-, áudio-, auto-, beta-, bi-, bio-, contra-, eletro-, euro-, ínfero-, infra-, íntero-, iso-, macro-, mega-, etc., quando a palavra seguinte for iniciada pela mesma vogal com que termina o prefixo ou radical: anti-infeccioso, arqui-inteligente, auto-observação, contra-almirante, eletro-ótica, infra-axilar, micro-onda (onda eletromagnética), micro-ondas (forno), semi-interno, supra-auricular.
7. Com os prefixos circum- e pan-, quando a palavra seguinte for iniciada por H, VOGAL, M e N: circum-escolar, circum-murado, circum-navegação; pan-africano, pan-mágico, pan-negritude.
8. Com os prefixos hiper-, inter-, super-, quando a palavra seguinte for iniciada por R: hiper-requintado, inter-racial, super-revista, super-reserva.
9. Na translineação (ato de passar de uma linha para a outra, na escrita ou na impressão) de palavra composta ou de combinação de palavras em que há hífen, se a partição coincide com o final de um dos elementos com hífen, este deverá ser repetido na linha seguinte: vice-
-almirante; serená-
-los-emos.

Não emprego do hífen

1. Nas palavras derivadas por prefixação, quando o prefixo ou radical terminar em vogal: co-, micro-, contra-, e a palavra seguinte for iniciada por R ou S: cosseno, microssistema, contrarregra. Nesse caso, o R e o S devem ser duplicados: minissaia, contrassenha.
2. Também quando a palavra seguinte for iniciada por VOGAL DIFERENTE daquela em que termina o 1º elemento: aeroespacial, agroindustrial, anteaurora, antiaéreo, autoajuda, autoaprendizagem, autoestrada, coadministrar, coautor, coeducação, contraescritura, contraespionar, extraescolar, extraoficial, hidroelétrico, intrauterino, neoafricano, neoimperialismo, socioafetivo, socieconômico, supraesofágico, supraocular, ultraelevado.
3. Para distinguir classes gramaticais: à toa (locução adjetiva) e à toa (locução adverbial); dia a dia (substantivo e advérbio). Idem para locuções como: arco e flecha, calcanhar de aquiles, comum de dois, tão só, tão somente, mão de obra, mão de vaca, ponto final, ponto e vírgula, entre outras.
4. Com as palavras não e quase com função prefixal: não agressão, não beligerante, quase delito, quase equilíbrio.
5. Não se emprega o hífen quando o 1º elemento for o prefixo des- ou o in-, e o 2º elemento perder o H inicial: desumano, inábil, inumano.
6. Os prefixos co-, pro-, pre- e re- se aglutinam ao 2º elemento, ainda que este seja iniciado por O ou E: coabitar, coautor, coedição, coerdeiro, coemitente, cogerente, cogestão, cooperar, coobrigação, proativo, procônsul, preeleito, reedição, reeleição, reescrita.

Emprego das letras maiúsculas e minúsculas

1. Nas citações de títulos de obra, após a primeira palavra, cuja primeira letra deve vir em maiúscula, as demais podem ser escritas ou não com maiúscula, exceto nomes próprios: Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Memórias póstumas de Brás Cubas. A indicação bibliográfica tem de vir em itálico.
2. Nos axiônimos (nome ou locução com que se presta reverência a determinada pessoa do discurso) e hagiônimos (nomes sagrados referentes a crenças de quaisquer religiões), é facultativo o emprego da maiúscula: senhor doutor Joaquim/ Senhor Doutor Joaquim; santa Filomena/Santa Filomena.
3. Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas, pode-se empregar a maiúscula ou a minúscula: Direito/direito, Filosofia/filosofia, Latim/latim, Matemática/matemática, Medicina/medicina, Português/português.
4. Emprega-se maiúscula nos antropônimos (nome próprio de pessoa), reais ou fictícios: Pedro Marques, Branca de Neve.
5. Emprega-se maiúscula nos designativos dos pontos cardeais ou equivalentes, somente quando em sentido absoluto: Nordeste, por nordeste do Brasil; Norte, por norte de Portugal.
6. Emprega-se maiúscula, facultativamente, em palavras usadas reverencialmente: rua da Bahia/Rua da Bahia; palácio/Palácio das Artes.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Dona de casa - com ou sem hífen?

Pela nova ortografia, não se emprega o hífen nas locuções, sejam substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, salvo algumas exceções apontadas a seguir.

Portanto, escreva sem hífen: dona de casa, cão de guarda, fim de semana, pé de moleque (doce feito de rapadura ou açúcar e amendoim torrado), sala de jantar (locuções substantivas); cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho (locuções adjetivas); cada um, ele próprio (locuções pronominais); à parte, à vontade, por isso (locuções adverbiais); abaixo de, acima de, a fim de, quanto a (locuções prepositivas); a fim de que, ao passo que, logo que (locuções conjuncionais).

Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa, cara de mamão-macho, bem-te-vi de igreja.