Outro dia, recebi uma propaganda da Editora Saraiva sobre o "Dia Internacional do Livro Infantojuvenil". De início, estranhei a grafia "infantojuvenil", pois, como se trata de um adjetivo composto (infantil + juvenil), essas palavras teriam de estar ligadas por meio de um hífen: infanto-juvenil, tal como ocorre com outros adjetivos compostos: luso-brasileiro, rubro-negro, entre outros.
Qual não foi a minha surpresa ao consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), quinta edição, editado pela Academia Brasileira de Letras, já em conformidade com a nova ortografia, e encontrei a mesma grafia da propaganda da Saraiva: infantojuvenil.
Resolvi consultar o dicionário Houaiss, segunda edição (conforme a nova ortografia), e nele também se encontra a mesma grafia "infantojuvenil". Indignado, não me dei por vencido, fui ao Aulete Digital e, finalmente, encontrei trigo nesse joio ortográfico: "infanto-juvenil. 1 Ref. ou inerente à infância e à juventude (comportamento infanto-juvenil; literatura infanto-juvenil)".
O fato, caro leitor, é que inexplicavelmente errou a ABL, e o Houaiss, infelizmente, "foi na onda"... Por ser um adjetivo composto, a grafia correta é infanto-juvenil, com hífen. Palmas para o Aulete Digital!, o qual, diga-se de passagem, pode ser baixado gratuitamente da internet.
Wagner,
ResponderExcluirMaravilha. Excelente observação. A propósito, qual a nomenclatura correta para a disciplina do curso de Letras do Uni-BH, Literatura Infantil e Juvenil ou Infanto-Juvenil?
Abraço.
Aline, obrigado pela participação! A nomenclatura adequada à grafia oficial é Literatura Infanto-Juvenil ou Literatura Infantil e Juvenil. Abraço,
ResponderExcluirQuerido Professor,
ResponderExcluirTudo bem?
Sei que seu blog tem o objetivo de ajudar a todos ao que se refere às
dúvidas de português, mas, devido a tantas histórias e experiências
narradas por você a nós alunos (no meu caso ex-aluna) , em sala de
aula, não hesitei em escrever-lhe, para pedir uma dica sobre minha
vida profissional/pessoal.
Sei que parece estranho, mas um conselho de um professor,
principalmente, um professor orientador, para nos auxiliar nesses
momentos de dúvidas e escolhas, é muito importante.
Espero que possa me ajudar.
Então, vamos ao caso: formei-me semestre passado e, ainda antes de
formar, sabia que havia passado no concurso para assistente
administrativo da Prefeitura de Belo Horizonte. Claro que fiquei feliz
com essa notícia, já que para novos formandos o mercado de trabalho é
difícil. Além disso, nesse período, também, meu contrato de estagiária
estava acabando, portanto, não havia melhor hora para essa
oportunidade aparecer. Enfim, hoje, estou na prefeitura como
assistente administrativa, não gosto do meu trabalho, mas estou
tentando achar um motivo para aceitá-lo, até encontrar um outro
emprego. Esse motivo, talvez, seja a oportunidade de continuar
estudando. Pois bem, minha dúvida cruel que me tira noites de sono é
justamente esta: “o que continuarei estudando?”. Não sei se dou
continuidade aos estudos na área de Letras ou entro no curso de
Direito, pois, não sei se você lembra, sempre tive vontade de
ingressar nessa área.
Bom, querido professor, espero que possa me orientar, já que você,
conhece, tanto a área da educação, quanto a da advocacia. Qual seriam
os pontos positivos e os negativos dessas profissões?!
Um grande abraço,
Karoline
Querido Professor,
ResponderExcluirTudo bem?
Sei que seu blog tem o objetivo de ajudar a todos ao que se refere às
dúvidas de português, mas, devido a tantas histórias e experiências
narradas por você a nós alunos (no meu caso ex-aluna) , em sala de
aula, não hesitei em escrever-lhe, para pedir uma dica sobre minha
vida profissional/pessoal.
Sei que parece estranho, mas um conselho de um professor,
principalmente, um professor orientador, para nos auxiliar nesses
momentos de dúvidas e escolhas, é muito importante.
Espero que possa me ajudar.
Então, vamos ao caso: formei-me semestre passado e, ainda antes de
formar, sabia que havia passado no concurso para assistente
administrativo da Prefeitura de Belo Horizonte. Claro que fiquei feliz
com essa notícia, já que para novos formandos o mercado de trabalho é
difícil. Além disso, nesse período, também, meu contrato de estagiária
estava acabando, portanto, não havia melhor hora para essa
oportunidade aparecer. Enfim, hoje, estou na prefeitura como
assistente administrativa, não gosto do meu trabalho, mas estou
tentando achar um motivo para aceitá-lo, até encontrar um outro
emprego. Esse motivo, talvez, seja a oportunidade de continuar
estudando. Pois bem, minha dúvida cruel que me tira noites de sono é
justamente esta: “o que continuarei estudando?”. Não sei se dou
continuidade aos estudos na área de Letras ou entro no curso de
Direito, pois, não sei se você lembra, sempre tive vontade de
ingressar nessa área.
Bom, querido professor, espero que possa me orientar, já que você,
conhece, tanto a área da educação, quanto a da advocacia. Qual seriam
os pontos positivos e os negativos dessas profissões?!
Um grande abraço,
Karoline
Karoline, tudo bem?
ResponderExcluirPrimeiro, parabéns pela aprovação no concurso da PBH!
Como você já tem um emprego, pode escolher a opção que a motive mais.
Se for seguir a área da educação, você precisa pensar em que nível de ensino pretende lecionar. Você quer trabalhar com pesquisa? Se for lecionar no ensino fundamental e médio, seria interessante você fazer uma especialização. Caso seu desejo seja pelo magistério superior, o caminho é o mestrado e, depois, o doutorado.
Quanto à área do direito, você tem três opções: 1) prestar outros concursos públicos; 2) a advocacia e 3) o magistério superior.
Há muitos concursos na área do direito. Já a advocacia, se você tiver algum parente já trabalhando na área, isso pode ajudá-la bastante. Em relação ao magistério jurídico, vale o que falei acima.
Tenho visto muitas pessoas fazendo mais de uma graduação superior. É uma forma de ampliar o leque de opções.
Espero que minha resposta a ajude.
Felicidades!
Obrigada Professor!
ResponderExcluirAinda tenho um tempo para pensar, então vou ficar em dúvida por alguns meses ainda, rs...
Mas, com certeza sua dica irá me ajudar.
Grande abraço!
Karoline
Parece que o VOLP e o Houaiss consideraram "infanto-" como falso prefixo, daí a grafia "infantojuvenil". Vale?
ResponderExcluirDurvan, o raciocínio pode ter sido esse mesmo, mas considero uma classificação errônea, pois "infanto-" nada mais é do que a redução do adjetivo infantil.
ResponderExcluirRepare como o "Dicionário de usos do português do Brasil", São Paulo: Ática, 2002, p. 870, registra essa palavra: "infanto-juvenil Adj. [Classificador de nome abstrato) da ou relativo à infância e à juventude: 'vem o clube cruzmaltino [...], tendo arrebatado ao Bangu, inclusive, a hegemonia da categoria infanto-juvenil (ESP)'; [...]".
A classificação é explícita: "Adj.". Destaco também que o autor desse dicionário, Francisco Borba, é uma das maiores autoridades em elaboração de dicionários do Brasil.
Espero ter esclarecido sua dúvida.
Obrigado pela participação!
Abraço,
Olá professor.
ResponderExcluirGostei de sua explicação sobre infanto-juvenil.
Costumo consultar o site: http://www.priberam.pt.
O senhor acha confiável?
Obrigada.
Jude, tudo bem? Grato pelo elogio.
ExcluirNão conheço esse site. Para questões ortográficas, indico a meus alunos o site da Academia Brasileira de Letras: www.academia.org.br. Nesse endereço, é disponibilizada a consulta ao "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa" (VOLP), já em conformidade com a nova ortografia.
Sugiro-lhe também baixar o software gratuito do "Aulete digital" - um ótimo dicionário.
Abraço,
Wagner.
Olá, professor. Também consultei o VOLP ao ler seu comentário e resolvi, então, escrever pedindo que esclarecessem minha dúvida. Eis a explicação, que achei muito convincente:
ResponderExcluir"Prezada consulente, o acadêmico e gramático Evanildo Bechara, representante oficial no Brasil do novo Acordo, explica que a grafia adequada que recebe o aval dos lexicógrafos da ABL é infantojuvenil (sem hífen), assim como literomusical, visto que infanto- e litero- não possuem autonomia vocabular."
Parece-me que isso encerra a questão, a menos que haja ainda algo mais a ser descoberto nessa imensidão que é nosso idioma!!
Mylène, tudo bem? Essa explicação, ainda que vinda de Evanildo Bechara, um dos maiores linguistas e filólogos brasileiros, não me convence. A seguir esse argumento da "autonomia vocabular", por que no VOLP se registra, por exemplo, "luso-africano"? O elemento luso- também não possui autonomia vocabular e, no entanto, vem separado por hífen.
ExcluirHá inúmeros exemplos, listados no VOLP, que põem em xeque essa explicação. Em razão disso, mantenho meu ponto de vista: foi erro mesmo e deveria ser corrigido. Os adjetivos compostos grafam-se separadamente, por isso: infanto-juvenil, luso-brasileiro, nipo-americano etc.
Abraço e obrigado por sua participação!