Uma das dúvidas mais frequentes de ortografia é quanto ao uso dos porquês. Eis os casos mais comuns.
(i) PORQUE (junto e sem acento): quando equivale a pois, porquanto, uma vez que. Ex.: Já tirei meu título de eleitor, porque [= pois] as eleições estão chegando.
(ii) PORQUÊ (junto e com acento): quando for precedido de palavras como o, os, um, ou quando sinônimo de causa, razão, motivo. Ex.: Para avaliar melhor um candidato a cargo público, é prudente investigarmos os porquês [os motivos] de sua candidatura.
(iii) POR QUE (separado e sem acento): é usado nas perguntas diretas, nas quais se emprega o ponto de interrogação, ou indiretas (exemplos seguintes a e b), nas quais se emprega o ponto-final, e quando pudermos substituí-lo por pelo qual, pelos quais, pela qual e variações (exemplo c).
a. Por que geralmente chove quando não saímos de guarda-chuva e não chove quando saímos com ele? [Pergunta direta].
b. Diga-me por que o salário mínimo no Brasil é tão baixo. [Pergunta indireta].
c. Esta é a razão por que [= pela qual] não voto em branco: com tantos candidatos, há sempre um trigo no joio.
(iv) POR QUÊ (separado e com acento): emprega-se também nas perguntas diretas ou indiretas e sempre que vier imediatamente seguido de ponto de interrogação (na interrogação direta), ou de ponto-final (na interrogação indireta). Ex.:
a. Você não gostou do filme. Por quê?
b. Você não gostou do filme. Diga-me por quê.
Observação final: na interrogação direta, a primeira palavra da frase é um pronome ou advérbio interrogativo; na indireta, a palavra interrogativa não aparece no início da frase.